quinta-feira, 10 de abril de 2014

REFORÇO GAÚCHO


ZERO HORA 10 de abril de 2014 | N° 17759

LIZIE ANTONELLO | SANTA MARIA


Unidades do RS atuarão no complexo da Maré

No total, 800 pessoas, entre homens e mulheres de Santa Maria, irão para o Rio no final de maio



Em menos de um mês, uma tropa de 2,1 mil militares irá compor a Força de Pacificação do complexo da Maré, no Rio de Janeiro. A maior parte, 800 homens e mulheres, partirá de Santa Maria, da 3ª Divisão de Exército.

Apreparação dos militares começará entre o final deste mês e o início de maio. Eles atuarão de 31 de maio até final de julho nas favelas da Maré, em missões de patrulhamento. O objetivo é assegurar a presença do Estado no complexo (leia sobre a ocupação no quadro).

A tropa será comandada pelo general de brigada Mauro Sinott Lopes, comandante da 6ª Brigada de Infantaria Blindada sediada na região central do Estado. O efetivo será composto por um comando, um batalhão de força de pacificação e um destacamento de apoio logístico, somando 800 militares de Santa Maria. Além desses, haverá uma tropa com mais dois batalhões de força de pacificação de militares do Rio de Janeiro, um batalhão de força de pacificação de fuzileiros navais da capital fluminense e um esquadrão de cavalaria mecanizada do 19º Regimento de Cavalaria Mecanizada, sediado em Santa Rosa – composto por 160 militares, divididos em dois pelotões da cidade gaúcha e um pelotão de Cascavel, no Paraná.

– Estamos sendo acionados e temos condições de fazer um ótimo trabalho. Nossos militares são preparados para atuar dentro das nossas comunidades – garante o general de divisão da 3ª DE, Geraldo Antônio Miotto.

Objetivo é manter direito de ir e vir, afirma comandante

A experiência vem da participação na Força de Pacificação do complexo da Penha e do Alemão e também nas missões ao Haiti, onde tropas de Santa Maria atuaram.

– Vamos para que a população possa exercer seu direito de cidadania, de ir e vir, para que as crianças possam ir à escola, as pessoas de idade possam atender aos seus filhos e netos, os homens e mulheres de bem possam trabalhar – explica Miotto, comandante da 3ª DE.


Mesma tropa irá ao Haiti no fim do ano

A maioria dos militares, cerca de 95%, é a mesma selecionada para compor o próximo Batalhão de Força de Paz no Haiti em outubro ou novembro deste ano.

Conforme o general Geraldo Miotto, da 3ªDE, eles já passaram por testes psicológicos e físicos e estão em condições de atuarem na Força de Pacificação. Para irem à Maré, eles passarão por mais uma etapa de preparação. A maioria treinará em Santa Maria, mas um grupo irá para o Centro de Operações de Garantia da Lei e da Ordem, em Campinas (SP).

A preparação começará entre o final de abril e o início de maio, após a primeira visita de reconhecimento ao complexo que será feita por uma comitiva formada pelo comandante da 3ª DE e por um oficial da 6ª Brigada. Eles viajam ao Rio de Janeiro em 22 de abril.

Os militares escolhidos atuam nas áreas de infantaria, cavalaria, saúde, suprimentos, alimentação, munição, combustíveis, manutenção, material bélico, comunicações e inteligência, entre outras.


A OCUPAÇÃO
O que está previsto para pacificar a área

- O complexo da Maré é formado por 11 favelas e fica nas proximidades do Aeroporto Internacional Tom Jobim (antigo Galeão).

- O local, segundo as Forças Armadas, é reduto do Comando Vermelho, maior facção criminosa do Rio.

- A primeira ação das Forças Armadas na Maré no processo de pacificação foi no dia 26 de março deste ano, quando 15 homens do 1º Batalhão de Engenharia de Combate (Escola) do Exército do Rio de Janeiro fizeram uma varredura na favela Nova Holanda.

- A Maré foi ocupada pelo Exército a pedido do governo estadual em 5 de abril. A operação foi batizada de “São Francisco” e é coordenada pelo Comando Militar do Leste (CML), com tropas do Exército e da Marinha, que substituíram parte do efetivo da Polícia Militar que já ocupava o local.

- São 2.050 militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, 450 da Marinha, 200 da Polícia Militar e uma equipe avançada da Polícia Civil.

- Desde o começo da ocupação, foram registrados alguns protestos e disparo de tiros contra as tropas.
- No último registro, na segunda-feira passada, um mototaxista foi atingido no braço.

- De acordo com o Ministério da Defesa, a Força de Pacificação atuará até 31 de julho, em uma área de cerca de 10 quilômetros quadrados.

- A operação faz parte do esquema de segurança para a Copa do Mundo.

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