domingo, 29 de junho de 2014

EXÉRCITO AJUDA DESALOJADOS PELO RIO URUGUAI


Em São Borja, já passa de 1,2 mil o número de desabrigados

por Humberto Trezzi, ZERO HORA 29/06/2014 | 09h55


Defesa Civil, Brigada Militar e exército trabalham para convencer famílias a deixar suas casasFoto: Adriana Franciosi / Agencia RBS


Difícil mesmo é convencer quem mora à beira do rio Uruguai que chegou a hora de sair de casa. Alguns sempre esperam mais um pouco, na tentativa de evitar o inevitável: o avanço das águas São Borja adentro.

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Desde sexta-feira a rotina dos integrantes da Defesa Civil Municipal de São Borja, formada por funcionários da prefeitura, tem sido essa. Agora reforçada por ajuda da dois pelotões da Brigada Militar de seis equipes do 2º Regimento de Cavalaria Mecanizada do Exército. Nesse município da Fronteira Oeste já passa de 1,2 mil o número de pessoas desabrigadas (que tiveram de ir a abrigos) ou desalojadas (que foram para casa de familiares). A enchente atinge três bairros.

Os 38 militares do Exército patrulham as áreas ribeirinhas em quatro caminhões e, quando encontram famílias relutantes em sair de casa, fazem um trabalho de convencimento. Na rua Pablo Neruda, que costeia o Uruguai e por isso uma das mais inundadas,Taís Galvão de Bastos, 15 anos, e Paula Rodrigues Ribas, 14, não queriam deixar para trás seus bichinhos de estimação: o gato Tigre (de Taís) e a coelha Bioncé (de Paula). Foram junto para o abrigo improvisado numa associação comunitária do bairro Porto do Angico.

Os militares enchem os caminhões (os 5 Ton, referência à capacidade de carga) com mobília e eletrodoméstico dos flagelados. Depois recomendam chavear a casa e levam as famílias aos quatro abrigos montados pela prefeitura.

Os bombeiros do município também percorrem o caudaloso Uruguai em canoas motorizadas. Vão de ponto em ponto, em busca de possíveis ilhados - gente que não saiu a tempo e foi isolada pelo rio. Até agora não encontraram isolados, apenas pessoas que relutavam em sair, mas tinham condições e foram convencidas.

O rio Uruguai está hoje com 14 metros acima do nível e, como a chuva não para, a convicção geral é que vai superar a marca da última grande cheia, ocorrida em 1998, que foi de 16 metros acima do nível.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

EXÉRCITO OCUPA PONTOS EM PORTO ALEGRE

ZERO HORA, 11/06/2014 | 14h34

Exército ocupa 11 pontos em Porto Alegre. Presença é para desestimular qualquer tentativa de agressão


Como parte da estratégia de segurança montada pelo centro de controle de defesa de área do Exército, 11 locais em Porto Alegre estão sendo ocupados por medida preventiva.

Ao todo, conforme o chefe de comunicação do Exército para a Copa, coronel Cunha, 22 estruturas estratégicas foram levantadas. Metade será ocupada e metade, monitorada. Na Capital, já podem ser vistos soldados no bairro Moinhos, entre o Parcão e o hotel Sheraton.

— As estruturas estão sendo ocupadas preventivamente para garantir o pleno funcionamento no período da Copa — disse.

De acordo com o militar, a presença de homens armados e fardados serve para desestimular qualquer tentativa de agressão contra a área.



terça-feira, 10 de junho de 2014

VÍRUS DO HAITI PARA SP

O ESTADO DE S. PAULO 09 Junho 2014 | 20h 09


FABIANA CAMBRICOLI

Seis soldados do Exército trazem vírus do Haiti para SP. Casos foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde; semelhante à dengue, chikungunya causa dores no corpo



SÃO PAULO - Um vírus similar ao da dengue e também transmitido pelo mosquito Aedes aegypti foi identificado pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo em seis soldados do Exército brasileiro recém-chegados do Haiti, onde participavam de missão de paz. Eles foram infectados pelo chikungunya, comum no Sudeste Asiático e que há alguns meses tem se disseminado por ilhas do Caribe.

O Brasil nunca registrou casos autóctones da doença, ou seja, transmitidos em território nacional, mas é a segunda vez que o País tem casos importados de outras nações. Em 2010, três brasileiros foram infectados pela doença no Sudeste Asiático, dois deles de São Paulo e um do Rio, segundo o Ministério da Saúde

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, os seis brasileiros infectados no Haiti chegaram ao País no dia 5 e passaram por exames no Instituto Adolfo Lutz que confirmaram a contaminação.

Após o diagnóstico, agentes da Superintendência de Controle de Endemias fizeram ações para matar larvas e mosquitos adultos nas instalações do Exército por onde os soldados passaram: o Hospital Militar de Área de São Paulo e o Batalhão de Logística do Exército, em Campinas, cidade que tem a maior epidemia de dengue do Estado.

De acordo com a secretaria, os soldados estão em observação e o estado de saúde deles é considerado bom e estável.

Sintomas. O vírus chikungunya tem sintomas parecidas aos da dengue, como febre, dores no corpo, nos olhos e nas articulações e manchas vermelhas no corpo. Não há forma hemorrágica da doença, mas ela pode deixar sequelas permanentes, como um quadro de artrite.

A doença também pode ser transmitida pelo mosquito Aedes albopictus, outro inseto transmissor da dengue presente no Brasil.

Assim como no caso da dengue, não há tratamento específico para a chikungunya, apenas medicamentos para minimizar os sintomas.

A assessoria de comunicação do Ministério da Defesa informou que, além dos seis casos já confirmados, outros quatro estão em investigação. Todos os soldados estão isolados.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

OPERAÇÃO MILITAR NO HAITI CUSTA 1,3 BILHÕES DE REAIS EM 10 ANOS



Militar brasileiro durante tomada de Cite Soleil, Porto Príncipe, em maio de 2006


BBC BRASIL, 01/06/2014


Luis Kawaguti Da BBC Brasil em São Paulo



A participação de tropas brasileiras na missão de paz do Haiti completa 10 anos neste domingo. A operação militar aumentou a importância do Brasil no cenário internacional e ajudou o Haiti em um período de inúmeras crises políticas e catástrofes naturais. Isso tudo a um custo aproximado de R$1,3 bilhão aos cofres nacionais.

Contudo, após uma década no terreno e alguns revezes – sendo o principal deles um terremoto de proporções catastróficas que deixou 300 mil mortos em 2010 – o Brasil e a comunidade internacional enfrentam no país uma fase de fadiga de esforços.

Esse desgaste não é causado por ações de insurgentes, como no início do processo, mas em grande parte por questões burocráticas, políticas e culturais relacionadas ao próprio Haiti, de acordo com analistas.

Ao mesmo tempo em que fornece apoio para a solução de uma crise política de grandes proporções – há cerca de dois anos o Haiti tenta sem sucesso eleger um novo Parlamento – e lida com uma epidemia de cólera, a ONU estuda maneiras de começar a se retirar do país em 2016.

Até o fim de 2013, a operação militar brasileira no país custou R$ 2,1 bilhões. Segundo o Ministério da Defesa, 35% desse valor foi reembolsado pela ONU. Ao todo 30 mil militares passaram pela missão e 22 morreram - a maioria durante o terremoto de 2010.

Mas apesar das dificuldades, autoridades e especialistas avaliam que a missão tem sido positiva tanto para o Brasil quanto para o Haiti.
Haiti

Em linhas gerais, o cenário de segurança no Haiti foi estabilizado. Confrontos significativos entre rebeldes e capacetes azuis não ocorrem há sete anos e as estatísticas dos crimes comuns começaram a baixar no ano passado.

A estabilidade possibilitou ao Haiti realizar duas eleições presidenciais – conturbadas, porém livres – e trabalhar na reestruturação de sua força policial e também do sistema judiciário. Além disso, a presença militar abriu caminho para que ONGs internacionais oferecessem socorro a populações antes isoladas pela atuação de forças rebeldes.

"Em 2004 não se entrava em bairros como Cite Soleil e Bel Air. A parte de segurança melhorou bastante, hoje você anda a pé em lugares em que só se entrava dentro de blindados", disse o embaixador brasileiro Igor Kipman, que acompanhou toda a missão no país como responsável pela divisão de Caribe no Itamaraty e também chefiando a embaixada brasileira no país por três anos.

Mas essa melhora não significa que o país esteja totalmente calmo. A crise política e a ausência do Estado em determinados setores vêm deflagrando desde setembro do ano passado uma série de manifestações populares que por vezes se tornam violentas. Em muitas delas, os participantes pedem a queda do atual presidente Michel Martelly.

Após sofrer muitas baixas no terremoto, a polícia já está sendo reestruturada, mas apenas em 2016 deve ter condições de assumir a segurança no país sem a ajuda de tropas da ONU.

Na parte econômica, a existência da missão de paz como um todo tem injetado bilhões de dólares no Haiti. Somente após o terremoto de 2010 quase US$ 10 bilhões foram prometidos por países doadores para reconstruir a nação caribenha. Críticos disseram porém que uma parte considerável desse dinheiro não foi investida diretamente no país, mas na manutenção das estruturas de milhares de ONGs internacionais que operam no território.

Contudo, segundo Kipman, apenas a presença de militares e civis da Minustah (missão de paz no Haiti) no país - que compram produtos, alimentos, pagam aluguel e consomem serviços e entretenimento - injetou na economia cerca de US$ 8 bilhões na última década.


Além de tentar solucionar uma crise política de grandes proporções, a ONU lida também com uma epidemia de cólera

Na área de infra-estrutura, as três unidades de engenharia militar da Minustah - uma delas brasileira - asfaltaram grande quantidades de ruas, construíram inúmeros poços artesianos, desobstruíram canais e lançaram uma série de pontes sobre rios. Batalhões brasileiros e internacionais também realizaram ações sociais sistemáticas, que incluíram atendimento médico e odontológico, distribuição de suprimentos e de água.
Frustrações

Segundo o embaixador Kipman, a comunidade internacional lida hoje com um problema de "fadiga" na missão no Haiti. Parte disso está relacionado a uma herança cultural haitiana que faria certos segmentos da sociedade tenderem a rechaçar ações internacionais no país. "Essa foi uma marca que ficou na cultura do país desde a escravatura", afirmou o embaixador.

Com uma revolução escrava de grandes proporções, o Haiti foi a primeira nação americana a conquistar a independência do colonizador em 1804.

Os fatores político e burocrático também têm sido entraves - que dificultaram até iniciativas diplomáticas brasileiras. Em 2010, por exemplo, o presidente Lula prometeu a construção no país de quatro unidades médicas no modelo brasileiro UPA (Unidade de Pronto Atendimento). A primeira delas deveria ter ficado pronta no mesmo ano, mas só saiu do papel em 2014.

O governo brasileiro disse que uma verba de US$ 70 milhões (R$ 157 milhões) está disponível. Mas o governo haitiano teria tido dificuldade para encontrar locais para a construção das unidades, o que atrasou o processo.

Outro grande projeto que tramita sem data para conclusão é a construção de uma usina hidrelétrica na região central do país, que ajudaria a suprir o déficit de energia do Haiti e impulsionaria o desenvolvimento de indústrias.

O projeto da usina foi elaborado pelo Exército brasileiro a um custo de R$ 4 milhões. Mas nunca se tornou realidade devido entre outros fatores à falta de financiamento por parte de outras nações doadoras e devido a uma polêmica envolvendo uma comunidade nativa que teria que ser removida do local.
Brasil

A participação brasileira na Minustah não trouxe mudanças apenas para o Haiti, mas também para o Brasil. As mais significativas sem dúvida foram o surgimento de uma onda de imigrantes haitianos que passaram a entrar em território nacional desde 2010, o aumento do prestígio internacional do país e as melhorias relacionadas à capacitação das tropas brasileiras que passaram por Porto Príncipe nos últimos dez anos.

As remessas internacionais de dinheiro feitas ao Haiti por imigrantes vivendo no exterior sempre foram parte importante da economia haitiana. Historicamente os principais destinos da diáspora haitiana eram os Estados Unidos e a vizinha República Dominicana. Mas desde o grande terremoto de 2010 as condições no país se degradaram e o Brasil passou a figurar como país de destino.


Haitianos aguardam por trabalho em São Paulo. Desde 2010 o número de imigrantes haitianos vem crescendo no país

Naquele ano, apenas 39 haitianos entraram legalmente no Brasil. Mas desde então o número começou a subir rapidamente: 988 em 2011; 2.235 em 2012; 10.156 em 2013 e 4.294 até abril deste ano. Segundo a Polícia Federal, o número de legalizados passa hoje de 17.700.

De acordo com analistas, o contato com as tropas brasileiras e um discurso amigável de Brasília após o terremoto foram alguns dos principais fatores de atração.

Segundo o Capitão de Mar e Guerra Fernando José Afonso Ferreira de Sousa, do Ministério da Defesa, além do ganho de influência no cenário internacional, em termos militares e de proteção da soberania a participação em uma operação internacional de paz tem um efeito de dissuasão contra outras nações em cenário regional.

Além disso, segundo ele, a Minustah colaborou para uma melhoria na capacitação das Forças Armadas brasileiras, especialmente para participação em missões de paz.

De acordo com ele, a qualidade do militar brasileiro nesse tipo específico de missão já pode ser comparada à de combatentes americanos ou europeus. "O Brasil alcançou um patamar de desenvolvimento muito grande e se aproximou sobremaneira de países da Otan na questão de missões de paz".

Segundo Sousa, para atender as exigências da ONU em termos de qualidade de equipamentos militares, o país também promoveu uma melhoria nos equipamentos usados por suas forças armadas, especialmente nas unidades que passaram pelo Haiti.

E de acordo com ele, a missão em situação real ajuda os militares brasileiros não só em operações de paz. A missão forneceu experiência para o uso adequado (e moderado) da força em cenário urbano e ensinou o militar a respeitar a cultura do país estrangeiro - "o que se refletiu também em respeito à nossa própria cultura", disse o comandante.

O embaixador Kipman afirmou ainda que as táticas desenvolvidas para pacificar Porto Príncipe colaboraram para o desenvolvimento do modelo de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), usadas para reduzir a violência nas favelas do Rio de Janeiro.

"Para o Brasil foi uma aprendizagem extraordinária, não só profissional mas do ponto de vista humano. Do soldado ao general houve uma abertura de horizontes e eles voltaram com outra visão de Brasil, voltaram reconciliados com o país", disse Kipman.

De acordo com ele, esse ganho de experiência também aconteceu na área civil, com diplomatas, ONGs e órgãos como a Embrapa ganhando experiência excepcional que pode ser usada no Brasil.
"Considero que a missão tem sido um grande sucesso", disse Kipman.

*Luis Kawaguti é autor do livro "A República Negra" (Ed. Globo/2006) sobre a missão de paz brasileira no Haiti

EXÉRCITO POLICIARÁ RUAS DE SÃO PAULO NA COPA DO MUNDO

R7 - 2/6/2014 às 09h15


Pelo menos 4.000 homens já estão à disposição do Estado






O Exército vai ajudar no policiamento das ruas de São Paulo durante a Copa do Mundo. Na sexta-feira passada (30), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) aceitou a oferta da presidente Dilma Rousseff, que se estendeu aos demais 14 governadores cujos Estados receberão seleções durante o evento. Os homens do Exército ficarão nas ruas e em locais que demandarem reforço na segurança.

Uma reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e as autoridades locais está prevista para ser realizada hoje, na Secretaria da Segurança paulista, para definir como e onde os pelo menos 4.000 homens do Exército, que já estão à disposição de Alckmin, serão empregados.

O ministro José Eduardo Cardozo conversou pessoalmente com o governador paulista e ressaltou a importância do reforço de patrulhamento nas ruas.

O Exército se somará aos quase 90 mil homens da Polícia Militar no Estado. Cardozo lembrou que todo o trabalho durante o Mundial será feito "com integração" e que todos os atores "já têm seus papéis claramente definidos".

São Paulo receberá 15 delegações estrangeiras, que ficarão espalhadas por 12 cidades. Algumas delas precisam de atenção especial e segurança reforçada, caso dos Estados Unidos e do Irã, que ficarão na capital e em Guarulhos, respectivamente, e da Rússia, que estará em Itu, onde também ficará o Japão.

Preocupada com ações agressivas de manifestantes contra seleções, como aconteceu no Rio, na semana passada, com os jogadores brasileiros, a presidente Dilma Rousseff quer que o Exército permaneça nas ruas, à mostra.

Como nas demais cidades em que as seleções de futebol também ficarão hospedadas, a determinação em São Paulo é de que os homens do Exército fiquem visíveis a todos, de forma ostensiva, nos trajetos por onde passarão as seleções e as autoridades.

Haverá reforço nos aeroportos, bases aéreas, hotéis e centros de treinamento das 12 cidades paulistas que receberão seleções. Estão previstas pelo menos 500 escoltas.

Estratégia

No dia de abertura da Copa, na Arena Corinthians, na zona leste da cidade, além de homens do Exército ficarem de prontidão nos quartéis e nos diferentes pontos das cidades por onde passarão as seleções e as autoridades, a tropa federal ajudará também na escolta de torcedores VIPs, com motocicletas e helicópteros. As forças de operações especiais do Exército também foram chamadas para ajudar no reforço à segurança.

Os reforços das Forças Armadas serão enviados também para Santos, onde ficarão México e Costa Rica, para Porto Feliz, onde se hospedará Honduras, para Ribeirão Preto, que receberá a França, para Campinas, que vai abrigar Portugal e Nigéria, para o Guarujá, com a Bósnia-Herzegóvina, para Águas de Lindoia, com a Costa do Marfim, para Mogi das Cruzes, que receberá a Bélgica, para Cotia, com Colômbia, e para Sorocaba, que vai abrigar a Argélia.

Além de São Paulo, já aceitaram apoio das tropas federais o Estado do Rio e o Rio Grande do Norte.

Papa

Em julho do ano passado, o Exército reforçou o patrulhamento das ruas durante a visita do papa Francisco a Aparecida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.