sexta-feira, 19 de outubro de 2012

FAB USA VANT PARA VIGIAR FRONTEIRAS




REVISTA ÉPOCA, 18/10/2012 21h09 - Atualizado em 18/10/2012 21h12

FAB usa aviões sem piloto pela primeira vez para vigiar fronteiras. Imagens captadas pelas aeronaves permitiram a polícia interceptar um veículo suspeito. Operações combatem o tráfico na região do Peru e Bolívia

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA EFE



Operação com o Vant foi feita na fronteira da Bolívia com o Brasil (Foto: CB Silva Lopes/FAB/EFE)


A Força Aérea do Brasil (FAB) usou pela primeira vez aviões não tripulados na vigilância da fronteira com a Bolívia. Os militares usaram duas unidades do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant) em uma operação de treinamento conjunta realizada com a Polícia Rodoviária Federal nesta quarta-feira (17) nas imediações da cidade de Cáceres, no Mato Grosso.

As imagens feitas pelos Vants permitiram a polícia interceptar um veículo suspeito que tentou fugir de uma reserva montada pelo Exército em uma estrada, segundo um comunicado da FAB.

O exercício ocorreu no marco da Operação Ágata VI, que mobilizou rumo às fronteiras com o Peru e a Bolívia cerca de 7,5 mil soldados para reforçar as operações contra o narcotráfico e o contrabando.

Os Vants têm uma autonomia de voo de 16 horas e podem filmar imagens em alta resolução de dia e de noite de uma altitude de 5,5 mil metros.

Na operação, participam soldados do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que contam com apoio de caças-bombardeiros, helicópteros de combate, lanchas de patrulha e blindados.

As tropas foram deslocadas ao longo dos 4.216 quilômetros de fronteiras amazônicas com o Peru e a Bolívia e calcula-se que permanecerão ali durante duas semanas.

AC

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

EUA ADVERTE AMÉRICA LATINA SOBRE USO DE MILITARES EM AÇÕES DE POLÍCIA


EUA advertem América Latina sobre uso de militares em ações de policiais. Exército contra o tráfico pode não ser uma solução a longo prazo, diz Panetta

O Globo
Com agências internacionais
Publicado: 8/10/12 - 11h28



Leon Panetta, ao lado da embaixadora americana para o Uruguai, em Punta del Este: contra Exército agindo como polícia AFP


PUNTA DEL ESTE, Uruguai - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, alertou os países latino-americanos nesta segunda-feira a tomarem cuidado com o uso de forças militares no desempenho de funções destinadas à polícia, acrescentando que as autoridades civis deveriam ser reforçadas na aplicação da lei. No encontro de ministros da Defesa do continente, na cidade uruguaia de Punta del Este, Panetta disse que o fato de muitos países da região usarem as Forças Armadas para lidar com problemas como o tráfico de drogas ou guerrilheiros “pode não ser uma solução a longo prazo”.

Na Décima Conferência de Ministros de Defesa das Américas, Panetta reconheceu que algumas vezes é difícil definir se ameaças à paz e à estabilidade do país devem ser tratadas por militares ou pela polícia - um debate que também dividiu os EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001.

- Em alguns casos, os países desviaram suas forças de defesa para apoiar autoridades civis. Para ser claro, isso pode não ser uma solução a longo prazo - disse.

Seus comentários tinham como destino países latino-americanos que têm empregado o Exército particularmente no combate a cartéis de drogas e outros tipos de atividades criminosas para restabelecer a paz. Além das críticas, Panetta levou promessas de ajuda:

- Como parceiros, os Estados Unidos vão fazer o possível para cobrir brechas de capacitação entre as forças armadas e civis. Estamos comprometidos a ajudar de uma forma que respeite os direitos civis, o domínio da lei e a autoridade civil - declarou. - Podemos estender a mão, mas as autoridades civis devem ser capazes de carregarem esse fardo sozinhas.

No encontro, ele pressionou por uma colaboração maior entre os países em questões de defesa, como parte de uma nova estratégia do Pentágono. E defendeu a criação de uma base de dados que permita às nações se coordenarem melhor na resposta a desastres naturais.

A nova estratégia busca renovar os laços do Pentágono com a América Latina após uma década em que Washington se concentrou nas guerras no Iraque e no Afeganistão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

SUMIÇO DE ARMAS EM QUARTEL DO EXÉRCITO

ZERO HORA 03 de outubro de 2012 | N° 17211

NO QUARTEL

Sumiço de armas retém militares

Material apreendido em operações foi desviado de um batalhão do Exército em Santa CatarinaAs investigações para apurar o sumiço de 47 armas do 62º Batalhão de Infantaria de Joinville (SC) levaram à retenção de 592 militares que atuam na unidade e não podem deixar o local. A previsão é de que apenas nos próximos dias eles sejam liberados. Na quinta-feira, todos os soldados foram chamados e escalados para participar de buscas e apreensões. As visitas de familiares, no entanto, ocorrem normalmente.

Segundo o chefe do Estado Maior da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, coronel Pedro Osvaldo Andrade Carolo, 13 das 47 armas que desapareceram já foram recuperadas – o sumiço foi descoberto no dia 25 de setembro. De acordo com o militar, haveria dois suspeitos, um cabo e um soldado.

– Mas pode haver mais gente envolvida. Isso será determinado pelo inquérito militar que foi instaurado, e corre na Circunscrição Judicial Militar, em Curitiba – disse.

Por enquanto, não será informado quantas pessoas participaram do esquema, para não atrapalhar as investigações. Carolo disse que só o inquérito poderá apontar o destino os que os ladrões dariam ao material desviado.

– O certo é que temos um crime praticado por militares dentro de uma unidade militar. Vamos saber se há outras pessoas envolvidas, inclusive que não pertencem ao Exército, civis – afirmou.

Os dois suspeitos tinham a responsabilidade de cuidar da reserva (repartição) onde as armas eram guardadas. As armas que sumiram são provenientes de apreensões feitas pelas polícias de Joinville e da região, e seriam destruídas amanhã. Havia também armas da Campanha do Desarmamento. Todo o material era de baixo calibre, como revólveres antigos de calibre 38. De acordo com a assessoria de imprensa, não há armas como fuzis entre os equipamentos desviados.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

EXÉRCITO E MARINHA OCUPAM FAVELAS DO RJ

Até sábado, 28 comunidades da zona oeste e do Complexo da Maré receberão tropas

01 de outubro de 2012 | 18h 56

Marcelo Gomes, de O Estado de S. Paulo 

Cerca de 1.300 homens do Exército e da Marinha iniciaram nesta segunda-feira, 1, a ocupação de favelas do Rio de Janeiro controladas por traficantes ou milicianos para dar apoio às equipes de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). Até sábado, 28 comunidades da zona oeste da cidade e do Complexo da Maré, na zona norte, receberão as tropas. Cada favela será ocupada apenas por um dia, das 8h às 18h. No total, 3 mil militares - sendo 2 mil do Exército e mil da Marinha - estão à disposição do TRE-RJ para serem empregados nas ocupações. No domingo, dia das eleições, o patrulhamento será feito nas proximidades das zonas eleitorais dessas comunidades.
Tropas chegam à favela Gardênia Azul, na zona oeste do Rio - Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Tropas chegam à favela Gardênia Azul, na zona oeste do Rio
"As Forças Armadas não vão atuar na segurança pública. Elas vão garantir a segurança dos nossos fiscais para que eles consigam coibir ilícitos eleitorais, como propaganda irregular e boca de urna, nesses lugares que ainda não foram pacificados", explicou o presidente do TRE-RJ, desembargador Luiz Zveiter.
Nesta segunda, cerca de 500 homens do Exército estiveram na Favela Gardênia Azul, em Jacarepaguá, controlada por milicianos. Outros 500 entraram na Favela do Muquiço, em Guadalupe, dominada pelo tráfico. Cerca de 300 fuzileiros navais ocuparam a Favela Fogo Cruzado, na Maré. Os militares deram apoio a 80 fiscais do TRE, que retiraram centenas de placas de propaganda irregular de candidatos a prefeito e vereador. A quantidade de material apreendido encheu caminhões da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb).

O comandante militar do Leste, general Francisco Modesto, disse que os serviços de inteligência das Forças Armadas não detectaram risco de confronto com criminosos dos locais que serão ocupados. "(Em caso de confronto), Todas as regras de engajamento dizem exatamente o que cada soldado deve cumprir dentro da lei."

O emprego de tropas federais nas eleições no Rio foi autorizado no último dia 27 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Como a operação será de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), os militares que participam das ocupações estão subordinadas aos seus respectivos comandos - e não às autoridades estaduais.
Apesar da intensa movimentação de tropas federais, a rotina das comunidades não foi alterada. Escolas e comércios funcionavam normalmente, e carros de som faziam campanha pelas ruas das favelas. O forte aparato empregado nas ocupações, que contaram com blindados Urutu e Cascavel, despertou a curiosidade dos moradores, que não sabiam que o objetivo dos militares era garantir a lisura do processo eleitoral.
"Nunca vi isso por aqui. É estranho, mas estou gostando. A gente fica mais seguro né?", disse Luana de Jesus, moradora do Muquiço.

Nesta terça, a Marinha ocupará a Favela do Timbau, na Maré. Já o Exército entrará nas favelas Piraquê (Campo Grande), Vila Sapê (Curicica), Vila Vintém (Bangu) e Cosmos (Campo Grande).