sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O CUSTO DA DEFESA

(Frans Dely/Copyright Saab AB)
ZERO HORA 20 de dezembro de 2013 | N° 17650


EDITORIAIS


Sempre é difícil para o governo justificar um gasto de US$ 4,5 bilhões cerca de R$ 10,4 bilhões na compra de aviões de combate diante do fato de o país ser caracterizado como pacífico e as gerações mais recentes não terem sido impactadas por qualquer ameaça externa. Os especialistas, porém, justificam essa compra de caças suecos, depois de mais de 13 anos de negociações, com argumentos consideráveis. Além de substituírem os sucateados jatos Mirage e reforçarem a defesa do território nacional, os novos aviões também ajudarão a desenvolver a indústria nacional de defesa e devem contribuir para impulsionar a cooperação militar sul-americana.

Como ressaltou a presidente Dilma Rousseff ao anunciar a decisão para os militares, o Brasil pode ser pacífico, mas não tem como se assumir como um país indefeso. Isso indica que a opção final não foi motivada apenas pelo preço, ainda que as estimativas indicassem um custo de até US$ 7 bilhões. Tampouco foi tomada levando em conta apenas o pacote de transferência de tecnologia, embora seja evidente que não poderia ficar refém de uma empresa estrangeira nas suas ações de defesa. Assim como o preço elevado afastou a França da disputa, a denúncia de espionagem contribuiu de forma decisiva para deixar de fora os Estados Unidos.

A própria presidente da República, no encontro com militares, fez uma alusão à bisbilhotagem alegando que as riquezas brasileiras sempre podem suscitar comportamentos intrusivos à soberania do país. Ainda assim, é importante que decisões tão demoradas, a ponto de passarem por diferentes governos, e tão dispendiosas sejam administradas com o máximo de eficiência.

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