11 de setembro de 2012 | 3h 56 - O Estado de S.Paulo
Após
fim de semana violento, polícia ocupa favela na Baixada Fluminense. PMs
e fuzileiros navais tomaram comunidade nesta madrugada; chacina deixou 6
jovens mortos
Wilton Junior/AE
Não há informações sobre o envolvimento das seis vítimas com o tráfico de drogas na comunidade
SÃO
PAULO - Após chacina de 6 jovens na região da favela da Chatuba,
policiais militares do Choque e do Batalhão de Operações Especiais
(Bope), entre outros, ocuparam na madrugada desta terça-feira, 11, a
comunidade na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de
Janeiro.
Ao todo, em três dias, foram 12 mortes na área, de acordo com a PM.
A
ocupação é por tempo indeterminado e não houve registro de confrontos.
Cerca de 250 policiais militares participam da ação. Três pessoas foram
presas, de acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Com a ocupação, uma Companhia Destacada da Polícia Militar, com 112 homens, será instalada na área.
Para a polícia, a onda de violência na região é uma tentativa dos traficantes para demonstrar força e demarcar território.
Escolas
da região devem ter as aulas suspensas nesta manhã. A comunidade é
cortada pelo rio Sarapuí e fica nos municípios de Nilópolis e Mesquita,
próxima ao Parque de Gericinó.
Autoridades afirmam que
criminosos que atuam na área fugiram dos complexos do Alemão e da Penha,
com a atuação da Polícia Militar, e migraram para esta região da
Baixada Fluminense, de acordo com a rádio CBN.
Chacina. Nesta
segunda-feira, os corpos de seis adolescentes da região foram
encontrados em um canteiro de obras da duplicação da Rodovia Presidente
Dutra.Os jovens estavam desaparecidos desde sábado, 8, quando saíram de
casa para tomar um banho de cachoeira no parque.
Não há informações sobre o envolvimento das seis vítimas com o tráfico.
Na
mesma região onde os jovens foram mortos, Jorge Augusto de Souza Alves
Júnior, de 34 anos, cadete da PM, foi assassinado. Com marcas de
tortura, o corpo do cadete foi encontrado no porta-malas do seu Fox, na
manhã de sábado, 8. Ele foi morto a tiros.
Alves havia
participado de um baile no Clube Lisboa e foi levar uma moça em casa, na
Favela da Chatuba. A polícia acredita que ele tenha sido identificado
como policial - a farda estava no carro.
O pastor evangélico
Alexandro Lima, de 37 anos, também foi morto na mesma manhã. Ele estaria
fazendo uma caminhada, quando foi atacado. A polícia trabalha com a
hipótese de o pastor ter testemunhado as agressões ao cadete.
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